
Algumas dicas bem valiosas também podem ser observadas pelos
parceiros dos DDAs. Aqui, vale destacar que, segundo estatísticas, os homens são
mais propensos a terem DDA do que as mulheres. Sendo assim, o cônjuge de um
DDA será mais provavelmente uma mulher. Uma ”sobrecarregada” e ”solitária”
mulher. No entanto, as sugestões fornecidas abaixo são válidas para ambos os
sexos.
1. Não se culpe pelo DDA dele. Você pode ajudar seu parceiro a buscar
ajuda, auxiliá-lo em sua organização particular, tentar fazer a vida mais fácil para
ele. No entanto, não é sua missão ”resgatá-lo”. Não seja onipotente, por mais
frustrante que isso possa parecer, você não pode fazer o comportamento DDA
dele desaparecer, assim como não se pode fazer o diabetes ou hipertensão
arterial de uma pessoa sumir como em um passe de mágica. Você não é
responsável pelo transtorno dele, nem ele pelos seus. Se você está sentindo-se
culpada pelas tristezas ou frustrações dele, não vá por esse caminho e não
permita que os outros tentem levá-la com frases ou pedidos do tipo: ”seja mais
tolerante”, ”não custa dar uma forcinha”, ”se você o ajudasse mais...”.
2. Não acoberte as falhas do DDA. Os parceiros dos DDAs tendem a
assumir o papel de ”zeladores” da família, principalmente se forem mulheres, uma
vez que culturalmente estas são bem mais tolerantes com maridos e filhos. Elas
pegam papéis pelo chão, meias perdidas, documentos esquecidos, lembram todas
as datas importantes na família, pagam todas as contas e limpam os cafés,
sorvetes e sucos derramados. Lembre-se de que nenhum ser humano é
incompetente, temos uma natureza que nos permite aprender tudo com a
experiência da vida. Não caia no erro fácil de achar que controlar e assumir todas
as responsabilidades de seu parceiro lhe dá ”poder” sobre ele. Viver integralmente
para administrar a vida do outro pode trazer-lhe a sensação de ser escravo
particular de alguém e isso traz ressentimentos e acaba por não beneficiar
ninguém. Tenha sua vida própria, tire as tarefas dele de seus ombros. Escolha
suas responsabilidades de acordo com as conseqüências. Assim, você pode
escolher pagar a conta do telefone, pois, caso contrário, isso trará problemas para
ambos. Não mande cartões de aniversários para os parentes dele. Se quiser,
mande você os seus em seu nome. Resista à tentação de recolher as roupas dele
do chão. Agindo assim, você ficará menos ressentida e dará a ele oportunidade de
aprender com a experiência da vida cotidiana.
3. Dê mais atenção a você. Parceiros afetivos de DDAs sempre reclamam
sobre o egoísmo ou o narcisismo deles. Em verdade, isso, muitas vezes, não é
mais do que uma autoconcentração, ou seja, freqüentemente estão tão absortos
em pensamentos, idéias e imagens que bombardeiam suas mentes, que
esquecem do mundo ao seu redor. Essa desatenção é muito difícil de ser aceita
pelos parceiros dos DDAs. Lembre-se de que isso não é contra você, afinal, ele
tem déficit, ou melhor, uma instabilidade de atenção. Dê-se mais atenção e tente
colocar-se em primeiro lugar, pelo menos em sua vida profissional e pessoal. Sem
rancor, mágoas ou culpas. Isso será sadio para ambos.
4. Não permita abusos. Como foi visto, alguns DDAs podem ter grandes
dificuldades em controlar seus impulsos verbais e às vezes físicos. Abuso verbal
ou físico não é para ser tolerado em nenhum relacionamento. DDA não pode ser
desculpa para isso. Como um adulto, seu parceiro DDA deve aprender a lidar com
a raiva e a frustração de uma maneira aceitável. Se ele não consegue conter seus
impulsos, precisa da ajuda de um profissional. Insista para que procure ajuda
médica.
5. Procure apoio. Os parceiros dos DDAs muitas vezes tendem a se sentir
isolados e solitários, em face do tempo que a vida deles toma da sua. Se você tem
dificuldade em mudar essa engrenagem vital, procure apoio. Os locais
especializados em tratamentos de DDAs contam em suas equipes com pessoas
que orientam seus parceiros nesse sentido e os ajudam a reconduzirem sua vida
pessoal, social, afetiva e profissional de uma maneira mais agradável e saudável
para ambos.
6. Valorize e reafirme as pequenas vitórias. Não esqueça: seu parceiro não
é só o transtorno dele. Mesmo dentro de seu comportamento DDA, tem qualidades
que não devem ser esquecidas. Ser parceiro de um DDA pode ser muito
desgastante, como já foi visto; no entanto, não deixe o desgaste encobrir as coisas
boas que ele faz ou tenta fazer por você. Converse com ele e explique que você
também aprecia elogios e agrados. Uma conversa carinhosa com um DDA pode
surtir grandes efeitos positivos. Não se esqueça de que a hipersensibilidade é uma
das características deles. Nesse aspecto, algo que merece destaque é o que se
chama de ”concentração equivocada”. Um bom exemplo disso é quando seu
marido DDA faz uma surpresa e lhe dá de presente uma roupa da moda, mas que
você só poderia usar se fosse vinte anos mais nova, ou seja, no tempo que vocês
eram namorados. Ou ainda a presenteia com uma linda cesta de chocolate,
esquecendo-se de que seu colesterol está altíssimo. Quando isso ocorrer, e
ocorrerá várias vezes, não perca o humor, afinal poucas pessoas no mundo
cometem gafes tão engraçadas. Mas não se esqueça de que ele pensou em lhe
agradar; entretanto, sua concentração estava no lugar errado (equivocadas).
Tente rir da situação, não fique magoada. Estimule-o a tentar outras vezes.
Com o tempo ele acabará acertando.
[TEXTO RETIRADO DO LIVRO MENTES INQUIETAS]
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