segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Só um cara


É só um cara; Não o lago de mistérios onde você mergulhou e ainda não emergiu.
Nem o sustentáculo de todos os ossos de seu corpo; tampouco o mármore onde está gravada a suprema razão da sua existência. É só um cara.
E quer mesmo saber? É um cara como todos os outros caras.
Esse que te perguntou as horas no meio da rua – podia ter sido ele e você nem ligou. O mendigo; o ginecologista; o padre.
Ele estava ali o tempo todo. E ele não estava. Ele é só um deles. Vários. Uma legião. E ninguém.
É só um cara. E não a sua vida. E não todos os dias da sua história.
E não todas as suas lágrimas juntas em um único sábado solitário. 'Ele não é o destino’. É um cara. Existem muitos destinos.
Ele é só um cara que mal sabe escolher os próprios perfumes. Não sabe sangrar. Não sabe que nome daria a um filho.
Não pode ficar mais tempo. Ele é só um cara perdido como muitos outros caras que você encontrou. E perdeu.
Ele é só um cara. E você já esqueceu outros caras antes.


(autor desconhecido)

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